terça-feira, 31 de julho de 2012

3ª Volta à Lagoa da Conceição

Uma das provas com visual mais bonito de Florianópolis. Lá fui eu, dar a volta na Lagoa da Conceição. Pela terceira vez participei dessa corrida. Este ano, com os treinos para a maratona, tinha como objetivo correr de qualquer jeito, sabendo dos morros que encontraria no caminho, sem me preocupar com o tempo. Melhorar o tempo de 2011, mais uma vez, assim como na Meia de Gaspar, era quase certeza.

Cheguei cedo, com o tempo nublado e pouco vento, ideal para correr. A largada incrivelmente não atrasou os 30 minutos de sempre. Fui novamente com os alertas do Garmin desligados, correndo sem referência de tempo, só na sensação de esforço. Para não mentir, digo que olhei para o relógio duas vezes: quando marcava 700 metros e depois aos 9 km. Fora isso, a corrida toda foi sem dar importância para o relógio.

Essa sensação de esforço é bem interessante. Em vários momentos achei que estava morto, rendendo nada. Aí, depois da prova, olhei as parciais e só fiz três acima de 5:10 (5:11, 5:20 e 5:23). Chego à conclusão de que ainda não consegui me acertar por inteiro. O ritmo ficou constante, mas eu achei que estava constante mais devagar. O importante é que parece que está dando certo. Terminei a corrida com pace de 5:03 min/km.

Dos três paces mais altos, dois foram passando no Morro do Badejo, a pior subida do percurso, e o outro foi no km 9. Sei lá por qual motivo meus penúltimos quilômetros tem sido os mais altos. Preciso rever isso para as próximas corridas. O tempo total foi de 53:10. Gostei bastante. Entre subidas e descidas e trechos planos, fiz o que era possível. Por outro lado, foi quarta corrida seguida com pace acima de 4:59 min/km.

Essa situação me preocupa um pouco, mas só vou resolver depois da Maratona de Blumenau. Ou talvez depois da Maratona de Santa Catarina. Parece que estou mais lento do que o normal, mas o ritmo tem sido constante. E constante para baixo. É quase um cobertor curto. Preocupa, mas não é urgente. O foco agora é no próximo desafio, a Maratona de Blumenau. A Volta à Lagoa foi para a conta, com sucesso.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

28ª Meia Maratona de Gaspar

Passou a maratona. Apesar do frio de Floripa, consegui treinar quase todos os dias antes da Meia Maratona de Gaspar. Devido ao frio, só rodagens variando o ritmo. O frio matou os tiros. Já havia corrido a Meia de Gaspar em 2011. Foi minha segunda meia. Ainda estava aprendendo a correr distâncias maiores. Em 2012, tudo mudou. Já mais experiente e rodado, sabia que correr os 21 km não seria problema. A única coisa que não mudou é a distância entre Floripa e Gaspar. Solução: madrugar e sair às 5 da manhã de casa.

Os treinos para a maratona, tenho essa impressão, me deixaram mais "lento". Meu ritmo "rápido" ficou perdido lá por junho. Parece. Fato é que essas rodagens estão me deixando com dificuldade para correr abaixo de 5 min/km. Mesmo assim, fui para Gaspar pensando em tentar bater meu recorde pessoal (1:46:39). Era bem improvável. Lembrava que o percurso não era totalmente plano. Várias subidas e descidas, daquelas que suas pernas não esquecem depois de 21 km, principalmente se o ritmo for um pouco mais forte.

Se o recorde pessoal mundial não parecia possível, o recorde pessoal da prova era muito viável. Melhorar os 2:04:33 de 2011 era uma certeza. Atualmente, é impossível eu correr uma meia acima de duas horas. Só se der algo errado durante a prova. Foi a minha quarta corrida com os alertas do Garmin desligados. Correr sem aquele apito a cada quilômetro é muito bom, vocês não tem ideia. Por incrível que pareça, ou talvez nem seja tão incrível assim, estou ficando cada vez mais constante sem esse alerta.

Dessa vez, além de correr sem os alertas, ativei o Virtual Partner (como o Guilherme sugeriu nesse post), para ter uma referência e ver até quando estaria perto do recorde. Estou tentando seguir uma ordem cronológica dos fatos, mas estou falhando totalmente. O importante é que tudo aconteceu no domingo e, de um jeito ou de outro, está relacionado. Aparentemente. Em Gaspar, às 7 horas da manhã, estava bem frio. Normal. Perto da largada, já com o sol saindo, o clima ficou mais agradável.

Largamos. O percurso teve pequenas mudanças. Comecei bem. Olhem essas parciais dos 5 quilômetros iniciais e digam se não fui praticamente um relógio. 5:14 / 5:12 / 5:17 / 5:19 / 5:16. Isso só na sensação do esforço. Fiquei feliz quando vi no fim da prova esses ritmos. Ali pelo sexto quilômetro, olhei o Garmin e me vi muito longe do Virtual Partner. Recorde já era muito difícil. Resolvi acelerar até o sétimo quiômetro para sentir qual era a situação (4:54 no 6º e 5:04 no 7º). Tentei manter esse ritmo, mas não foi muito fácil.

Do 8º ao 11º, o ritmo variou entre 5:04 e 5:18. No 11º quilômetro, confirmei que era impossível chegar no recorde mundial. Precisaria correr os últimos 10 km em 48 minutos. Na parte final da meia, improvável demais. As pernas estavam aguentando esse ritmo, mas não creio que me dariam suporte para aumentar o ritmo. Não havia razão para continuar forçando. Relaxei. Do km 12 ao 15, o pace ficou entre 5:27 e 5:37. Não me cansava, mas o tempo demorava mais para passar. Estava sendo um final de corrida meio tedioso.

Fizemos o retorno e pensei em voltar a correr rápido nos últimos 6 km. No 16º e 17º até consegui esse objetivo. Cheguei no 18 e já desanimei de novo. Era muito esforço para nada. O recorde pessoal não dava mais e o da prova estava totalmente garantido. Para exibir minha constância, fui de 5:37 no km 18 e 19. A placa do 20º km não aparecia. O quilômetro mais demorado. O pace ficou em vergonhosos 5:55. A impressão é de ter corrido o dobro sem sair do lugar. Felizmente, o para sempre sempre acaba e avistei a esperada placa.

A chegada se aproximava. Tomei vergonha na cara e acelerei no último quilômetro. Um último esfoço. Precisava? Não, mas criei dois objetivos que estavam interligados: ultrapassar alguns corredores e terminar a meia maratona em menos de 1h53'. Corri a 5:03 o km 21 e acelerei muito nos metros finais restantes. Passei dois ou três corredores e concluí a prova em 1:52:36. Fiquei satisfeito. Tem dia que não é para recorde, é só para completar. Talvez conseguisse um tempo melhor, mas esse aí não ficou ruim.

Recebi essa medalha enorme da foto. Muito bonita. Quero voltar em 2013. Em busca de um novo recorde da prova. O bom de fazer um tempo mais ou menos é que no próximo ano não é para ser tão difícil conseguir um novo recorde. Essa foi a minha 9ª meia maratona, a 22ª corrida do ano e a 92ª da vida. Se ela serviu para alguma coisa, foi para fazer um treino longo que talvez eu não fizesse se ficasse em casa. E também para ver que estou me entendendo com os ritmos. A dependência dos alertas do relógio diminuiu. A tal da liberdade.

terça-feira, 24 de julho de 2012

1ª Corrida de Inverno dos Perebas

Depois da maratona, tirei vários dias de folga. Seis para ser mais exato. No quarto dia já estava bem das dores da maratona, mas uma virose me derrubou de forma espetacular. Foram dias difíceis. Pensei em participar da Corrida e Caminha Pela Cura, nos Ingleses, domingo de manhã (15/07), mas não sabia em que condições estaria e não havia como fazer inscrição na hora. Fui lá só para olhar. E percebi que tinha condições de correr. Bom sinal para participar da corrida do Analto, no Abraão, à tarde.

Inscrição na hora, por 10 reais, foi suficiente para me convencer, apesar do frio que fazia no domingo. Não seria tão frio se não tivesse o vento, muito vento. Tempo propício para não correr e ficar em casa, mas eu precisava correr. O percurso das corridas do Analto não muda e eu já sabia dos morros que me aguardavam. Meu objetivo era terminar a prova sem morrer muito, já que estava parado há seis dias e vindo de uma virose.

Tantos dias sem correr me fizeram esquecer até de olhar se o Garmin tinha bateria. Logo depois do terceiro quilômetro fiquei sem bateria. Fui perceber depois, lá pelo quarto quilômetro. Fiquei sem saber meu tempo, meu ritmo. Nada. Foi no escuro. Ou no claro e no vento da tarde de domingo. O que eu sei é que comecei bem, mas não rendi nada após o retorno. Ainda tinha alguns morros para encarar. Sofri, com certeza. No entanto, não caminhei em momento algum.

Tentei acelerar no final, mas a descida bem inclinada que leva até a chegada não me animou. Não era dia de sprint. Seria muito esforço desnecessário. Concluí com calma. No achômetro, consultando um corredor que chegou na minha frente, tentei calcular meu tempo aproximado. Adiciona 20, multiplica 54, divide por 5,77 e acho que fiz o tempo de 29:40, 1:19 a mais do que meu recorde. Tudo bem. Na próxima eu vou com força máxima.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Maratona do Rio de Janeiro

(O texto a seguir é extenso. Aqui vai um resumo, caso você não queira ler tudo: cheguei ao Rio de Janeiro sexta à tarde/noite. Passeei o sábado todo, das 9 às 18 horas, conhecendo alguns pontos turísticos do Rio.Ccaminhei muito, chegou a doer a sola do pé. Ideal para quem ia correr uma maratona no dia seguinte. Acordei bem cedo no domingo e fui para a largada. Fui bem até o km 26. Do km 27 ao 31 passei os piores momentos, quando me deparei com a pior subida do percurso. Depois, consegui correr em um ritmo bom, alternando com alguns momentos de caminhada para tomar água. Terminei a maratona em 4:16:13 no tempo oficial. Fiquei bastante satisfeito. Fim de resumo. O texto completo está logo abaixo.)

Decidi que 2012 seria o ano das maratonas. Ou da maratona, desde que fosse bem feita. A primeira, demorando quase 5 horas, sem treinar tanto, ainda me incomodava. Eu precisava correr uma maratona mais dignamente e terminar bem. Melhorar o tempo era consequência e quase uma certeza, já que fazer de novo aquele tempo era muito improvável. Já no fim de 2011 escolhi a Maratona do Rio de Janeiro. As inscrições abriram e logo me inscrevi. Janeiro mal tinha começado e eu já sabia que 8 de julho seria o dia da minha segunda maratona. Só tinha que treinar e treinar.

Janeiro começou devagar, algumas dores apareceram, parecia que não ia dar certo. Fevereiro não foi tão bom, mas a partir de março tudo começou a melhorar. Evolução nítida. Acho que o sofrimento dos dois primeiros meses foi necessário para o treinamento deslanchar. Ou não. Talvez eu tenha feito alguma coisa errada e só fui consertar no terceiro mês do ano. Não sei. O importante é que deu certo. Por linhas meio tortas, mas deu. Incluí na preparação 3 meias maratonas. Em cada uma delas fiz meu recorde pessoal. Além disso, comecei a correr com pace abaixo de 5:00 min/km.

Essa mudança de ritmo nas provas se deu no fim de abril. Um presente de aniversário atrasado, possivelmente. Desde esse momento até a Maratona do Rio, só duas meias e a maratona tiveram pace acime de 5 minutos. Bati meus recordes em todas as distâncias possíveis em que houve corrida. 5, 10, 12, 7, 8, 9, tudo, cada corrida era um recorde novo e a sensação de que estava no caminho certo. Não parecia a preparação ideal, mas estava funcionando. Foram 19 corridas no ano até chegar na Maratona do Rio. E vários treinos longos. Muito mais do que eu havia feito em 2011 antes da Maratona de SC.

O dia se aproximava cada vez mais. Sexta-feira chegou, faltavam dois dias. Viajei para o Rio. De avião. Com conexão, que rima com promoção. Cheguei no Rio. Sexta foi de pizza e descanso. Sábado, um passeio durante todo o dia, andando muito. A sola do pé doeu e a tira do chinelo fez machucados nos meus dois pés. Era uma situação bem interessante para quem correria 42 km no dia seguinte. Dizem que você deve descansar no dia anterior à prova e se alimentar bem. Meio sem querer querendo, fiz o oposto.

Domingo, acordo às 4 da manhã. Alimentação é feita no quarto mesmo, com a comida comprada no dia anterior no mercado. Descendo, descobri que tinha café antes das 6 da manhã, diferentemente do que o cara da recepção havia me informado. Poderia ter comido mais tranquilo e melhor. Saímos, eu o Marcelo, 5 horas rumo ao ônibus da organização que nos levaria para a largada. Conhecedores das distâncias da cidade (não), estávamos na dúvida se iríamos a pé ou de táxi até os ônibus.

Não conseguimos nenhum táxi e fomos a pé mesmo. Nem demorou tanto. 20 minutos ou perto disso. Entramos no ônibus. Depois de pouco mais de 1h30', chegamos no local da largada. Tinha bastante trânsito e o relógio marcava 7:15 quando desembarcamos. Só deu tempo de enfrentar a fila do banheiro. A largada se aproximava. Acredito que alguns corredores chegaram já com alguns minutos de prova. A anunciada e esperada chuva veio no domingo, para meu alívio.

Era uma chuva fina, que ia e voltava. Havia ainda um pouco de vento. Nesses momentos de vento e chuva, lembrei de alguns treinos em Floripa. O bom mesmo é que o sol não apareceu. Penso que seria impossível ter um rendimento razoável se no domingo a temperatura fosse igual sábado. Mesmo com os termômetros marcando entre 17 e 20º C, não sentia frio. No Rio de Janeiro, o frio quase não existe. Foi dada a largada e a chuva estava bem fraca. Saímos na direção oposta do percurso para fazer 1,5 km antes de retornar e seguir rumo ao Aterro do Flamengo.

O problema é que essa chuva inconstante gerou poças ao longo de boa parte do percurso. Pode chamar de frescura, mas não ia molhar o tênis logo no primeiro quilômetro da corrida. Ainda teria mais 41 e vai correr de tênis molhado para ver que agradável. Meu objetivo não era ganhar a prova, era só terminar bem, não tinha motivos para correr feito um louco e passar em todas as poças de água do caminho. Muita gente não se importava com a água. Nem com os outros em volta. Fui desviando e tentando não atrapalhar quem vinha atrás.

Como foi anunciado neste blog, corri com os alertas do Garmin desligados. Saí em um ritmo que não sabia qual era e continuei correndo sem informação. A única noção do tempo que eu tinha no começo era do relógio que a organização da prova disponibilizava a cada 5 km. Olhei o relógio da prova o tempo do meu Garmin e calculei meio por cima e dava uns 2 minutos de diferença. A parte boa de correr sem os alertas é que eu olhava aleatoriamente para o relógio e não tinha muita noção do tempo que eu iria fazer. Não estava a fim de fazer contas no meio da maratona.

Comecei a prova muito bem, com o ritmo variando entre 5:30 e 5:51 até o 22º km. A única exceção foi um 5:57 no 10º km, quando tive que ir no mato esvaziar a bexiga. Voltei muito mais leve e perdi, no máximo, 30 segundos, acho que nem isso. No 23º km, passei pelo primeiro túnel e o Garmin ficou doido. Perdeu o sinal do satélite. Achei o túnel meio abafado e até senti que diminuí o ritmo, mas não a ponto de marcar 8:19. Lembro muito bem que tentei acompanhar um corredora e consegui. Esses 8:19 são muito mentirosos. Enfim, pouco importa para o tempo final.

Eu nunca tinha ido ao Rio de Janeiro, não conhecia nada da cidade e do percurso. Sabia de duas pequenas subidas pelas informações do site da prova. Não sei se vocês conhecem (deveriam), mas saibam que a parte entre a largada, no Recreio dos Bandeirantes, e onde começa a meia, na Barra da Tijuca, é a mais monótona da maratona. Parece que a gente tá sempre correndo no mesmo lugar. Não muda. É muito bonito, sem dúvida, mas até chegar no primeiro túnel, que nos levaria até São Conrado, demora.

Tentei manter o ritmo como estava, só na sensação de esforço, mas só consegui fazer isso até o km 26. A partir do km 27 começava a subida da Niemeyer e eu senti o cansaço. Talvez tenha sido um erro, mas me peguei olhando para o Garmin várias vezes e via que o ritmo de momento oscilava entre 6:30 e 7:00. Desanimou. Foi um erro, certamente, mas na hora não deu para evitar. A paisagem era bonita, mas fiquei tentado a olhar para o relógio e não resisti. O ritmo caiu, mas continuei correndo. Lerdo, devagar, mas sem parar.

A certeza já não é tanta, mas acho que foi pelo km 29 que eu vi o posto de distribuição de Gatorade e não hesitei: peguei dois saquinhos e comecei a caminhar, pela primeira vez na corrida, até tomar ambos. O mais legal é que o pace não passou de 7 minutos. Quando decidi correr de novo, veio a descida que havia de ter depois de subir. É muito pior descer do que subir, ainda mais depois de 29 km. Quando estava entrando no Leblon, passei pela placa dos 30 km, mas o relógio da organização estava fora do ar, talvez por causa da chuva.

Precisei olhar para o Garmin para conferir como estava o tempo depois daquela subida e aqueles paces na estratosfera. Deu pouco mais de 3 horas e o sub 4 horas já era bem impossível, mas fazer sub 4h12' era viável, mas precisaria manter o ritmo, o que já não era tão fácil. Entrei no Leblon e veio um vento contra, daqueles de fazer lembrar a Beira Mar nos piores dias. Um pouco à frente, mais por desencargo psicológico, aproveitei um banheiro químico e esvaziei a bexiga nem tão cheia pela segunda vez. Fato é que fiquei mais leve para correr os últimos 11 km.

Os quilômetros 32 a 34 foram acima de 6, mas no momento da prova parecia bem mais alto. Passei por Leblon e cheguei ao fim de Ipanema. 34 km tinham ficado para trás. Faltavam apenas 8 km. Quase nada. Quase muito. Começou a chover de novo e eu olhei para o Garmin, vi aquele pace acima de 6 minutos e me indignei com a minha lerdeza. Não podia estar tão devagar assim. Treinei pra terminar bem e não sofrer. Agora faltava muito pouco. Decidi acelerar mais e buscar os paces abaixo de 6 minutos, para me sentir bem comigo.

Claro que depois de 34 km, você faz o maior esforço do mundo, acha que está a 5:20 e está a 5:40, mas o que importa é que fiz 5:40 (35º km), 5:44 (36º km) e 5:40 (37º km). Esqueci de mencionar que lá no km 35, entrada de Copacabana, havia bergamotas (mexiricas) e bananas à disposição. Nada peguei, já que não consigo comer enquanto corro, mas achei legal essa iniciativa. Voltando ao final, no km 38 apareceu um posto de água e, satisfeito com os 3 quilômetros anteriores, peguei dois copinhos e andei até fazer uso deles.

No km 39, voltei a acelerar. Um corredor desconhecido me viu e disse "vamos Loucos por Corridas, falta pouco. Começasse a correr agora? Nem tá suado.". Só consegui dizer "vamos". Ele ainda completou "vamos, me puxa, vamos". Extenuado e cansado, tentei. Fiz o km 39 na companhia desse corredor em 5:38, mas olhei o pace e estava a 5:15/5:20 em alguns instantes. Era insano demais depois de tantos quilômetros. Ele não me deixava desacelerar e eu já não queria aguentar mais aquele ritmo. Estava torcendo por um posto de água.

Não foi um posto de água. Foi um de Gatorade, mas servia igual. Aproveitei que ele incentivava todo mundo e deu atenção a outros corredores, fui para o lado, peguei dois saquinhos e andei até tomar o isotônico. Era o último descanso. Vocês podem pensar que essas duas paradas para caminhar no fim foram de preguiça e tal. Pode até ser. Não nego que dava um refresco, mas meus dedos do pé esquerdo estavam doendo muito. Eles nem se flexionavam mais. Essas caminhadas aliviavam a dor e me fazia correr melhor por mais alguns minutos.

A dor diminuía e eu contivuava. Decidi, no entanto, não parar mais a partir daquela parada no km 40. E assim fiz. Acelerando de novo, 5:57 no 41º km e 5:36 no 42º km. Os dedos até começaram a incomodar, mas ali eles já não iam mais me atrapalhar a ponto de andar. É aquela coisa: no final da prova, as dores vão sumindo. Depois da linha de chegada elas voltam duas vezes mais forte, mas não tem problema. Ver a placa de 41 e 42 km me animou muito. Os últimos metros pelo Aterro do Flamengo foram só de felicidade.

O número de pessoas em volta aumentava a cada metro percorrido. Começava a ver as tendas das dezenas de assessorias. Mais um pouco e via as grades que levavam até a chegada. Nesses metros finais nem me importei com nada. Tentei fazer meu único pace abaixo de 5 minutos na prova. Foram poucos metros, mas corri a 4:52 e cheguei bem e inteiro, na medida do possível. Parei o Garmin e estava lá: 4:16:21. Era o tempo que eu queria? Não. Eu estava preocupado com isso? Nem um pouco. Foi a prova que deu para fazer, sem muitas pretensões, em um local totalmente novo.

Mais tarde, descobri que o tempo líquido da prova foi de 4:16:13 e o bruto de 4:19:01. A classifição até saiu, mas devido à chuva parece que alguns chips tiveram problemas e ainda não sei direito como fiquei. Na verdade, pouco importa. É meramente estatístico. O que importa mesmo é que eu completei minha segunda maratona. Melhorei o tempo em 38 minutos, embora a primeira maratona tenha sido de supetão e meio sem preparo (não recomendo). Esse de agora fui mais preparado, mas ainda dava para ter feito mais treinos.

No fim de tudo, os treinos que foram realizados serviram para que eu chegasse ao fim da maratona só com as dores normais da prova. Nada além. O problema maior do pós-prova foi que as pernas assaram (acho que por causa da chuva e do shorts molhado). Fora isso, só dores na coxa, que começaram de forma mais intensa na segunda e só foram completamente embora na quinta. Ainda tenho o objetivo de fazer uma maratona sub 4 horas, mas já aprendi que nem sempre vai dar certo. É um pouco mais complicado do que 21 km. Um dia vai sair.

Por enquanto, me contento em completar bem a prova. Vamos ver se em Blumenau, dia 12 de agosto, o tempo melhora. Admiro esse pessoal que consegue correr abaixo de 4 horas. Fazer 3h30' ou menos, é um negócio muito impensável. Imagina correr 42 km com pace de 5:00 min/km? Consigo esse pace em uma meia maratona, com bastante esforço. Esse foi o relato mais longo de todos os tempos. Se você chegou até aqui, muito obrigado. Haja paciência, vontade e tempo para ler tantos parágrafos. Voltaremos.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Rio é logo ali


Quando este texto for publicado, provavelmente estarei voando em direção ao Rio de Janeiro. Ou estarei esperando pela no aeroporto em São Paulo. Nos dois casos, o destino final é o Rio. Lá participarei da segunda maratona da minha vida. Todos os treinos foram feitos e agora é só esperar chegar a hora da largada. Não consigo não ficar ansioso. Desde quarta-feira estou pensando na corrida, no trajeto, nos 42 km, em tudo.


Depois da maratona, escreverei por aqui a respeito da prova. Espero que tudo saia como programado. O principal é correr e se divertir. Se o tempo for bom, que seja, mas não é a prioridade. Vou ao Rio de Janeiro para curtir e aproveitar. Serão três dias na cidade maravihosa. A maratona e o Fla-Flu no domingo estão garantido. O resto é surpresa, não sei onde vou nem o que vou fazer. Contarei tudo, na medida do possível, na volta.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Um dia de treino


Corrida no sábado e treino no domingo. Treino com o pessoal do Loucos por Corridas. Treino longo, previamente marcado pelo Facebook. O local de encontro seria a Beira Mar Continental, no Estreito, Florianópolis (localizando para caso alguém lendo esse texto seja de fora). Como não moro tão longe da Beira Mar (pouco mais de 8 km), decidi ir correndo para lá, enfrentando as subidas que tem no caminho e mantendo um ritmo constante.
 

Da Beira Mar, partimos todos juntos, mas com objetivos diferentes. Fiz 5 km e voltei. Fechei em 10 km. Faltava ainda voltar para casa correndo. Voltei, sob o sol do meio-dia. Primeiro dia do mês de julho e calor de janeiro. Foi sofrido, mas enfrentei as subidas da volta e fiz um ritmo bom. Fechei o domingo com 26,20 km. Gostei muito da quilometragem do fim de semana. Somando com os quase 7 km do dia anterior, corri 32,92 km.
 

Posso dizer que foi um treino excelente, com ótimas companhias. Diversão em forma de treino, correndo. Não podia ser melhor. Fiz um longão intervalado, que acabou sendo o meu último treino mais pesado antes da maratona. No meu planejamento, não pretendia fazer mais um treino longo, mas surgiu a oportunidade e não me arrependo. Corri, cansei, suei, me diverti e valeu muito a pena. Treinos em grupo podem ser tão bons quanto treinos solitários.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Corrida Aniversário de Santo Amaro da Imperatriz

Muitos e muitos treinos porque a Maratona do Rio está cada vez mais perto. Decidi meio em cima da hora participar dessa corrida em Santo Amaro. Por em cima da hora quero dizer quarta-feira, sendo a corrida no sábado. Estava com vontade de participar de uma derradeira corrida antes da maratona. Queria tentar correr rápido e forte na medida do possível e dessa vez iria com os alertas do Garmin desligados, já pensando na maratona. Em um parágrafo, a palavra maratona apareceu quatro vezes. Percebam como ela não tem importância nenhuma para mim.

Por essas loucuras do tempo, acho que não teremos mais inverno. Sol de verão para uma corrida às 15 horas. Estivesse fazendo o frio correto para a época, o horário da largada seria razoável. A largada atrasou um pouco porque sempre atrasa e nada podemos fazer. Foi até bom. O percurso era de anunciados 7 km. Várias subidas, a pior delas no começo, as outras nem tanto, mas que minam a resistência. Fui morrendo aos poucos, com a ajuda do sol e do calor. Continuei e não olhei para o Garmin. Ele não apitou e eu fingi que ele não estava ali. Simbiose perfeita.

Exceto por um 4:27 sem sentido no 2º km, mantive uma média legal abaixo de 5:00 min/km. Só no 6º km fiquei acima desse pace (5:11). Era aquele período de falta pouco, mas ainda não acabou, já meio sem vontade, esperando pelo fim. Continuei. Estimando e projetando, terminei os 7 km em 34:06, dentro do que eu esperava. Queria correr em menos de 35 minutos mas sem cansar muito. No dia seguinte tinha treino e precisava estar inteiro. Se for para ficar cansado e com dores, que seja no Rio de Janeiro. Fiquei satisfeito com o tempo e insatisfeito com a organização da prova.

Cheguei tão morto e cansado que nem me dei conta que não havia recebido a medalha. Avisaram depois da corrida que houve um erro (é óbvio que houve um erro) e que a medalha seria entregue na próxima corrida organizada pela associação. Corrige o erro, mas não é a mesma coisa do que receber a medalha depois da prova. Paguei 30 reais e não recebi medalha. Não pode. Feita essa crítica PERTINENTE, deixei a nota relevante do dia por último: corri com uma camisa do Grêmio. Nada mais importa.
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